Podíamos
sonhar a dois.
Mesmo que,
enfim, acordássemos para uma beleza esquecida.
No fundo,
saberias que o que nos causa dor é somente em que cremos;
E, às vezes,
o amor, é feito de meia dúzia de reminiscências
E copos
vazios à sombra de dois carvalhos.
Nem sequer
faz falta uma mão ausente; Nem dois braços em forma de cepo
Quanto mais
pensar em cabelos esvoaçando ao vento.
Não sabemos
imaginar que o teu cabelo é dourado,
Porque somos
completamente inóspitos e serenos;
Nem sabemos
apagar as velas e ficar à espera que o mar desapareça em surtos de espuma.
Em suma, é o
que imaginaremos sempre que tudo se esfuma:
Deixa os pés
embaterem com força na frieza do areal
E a maresia
penetrar-te como o silêncio dos seixos.
Arredonda-te
então aos soluços de Éter
E deixa que
Eris te fale aos ouvidos
As palavras
que nunca te direi.
Ouves a
canção que sai dos dedos meus dedilhando as cordas?
É na noite
que as ondas não-electromagnéticas se propagam na tua peugada.
O que sinto
fundamentalmente é falta de Helios.
Minha irmã,
minha Saudade, meu céu azul roçando a Serra,
Dá-me o meu
sangue atiçado a ouro
Espirrando
em velas de Caravela.
Eu, tu, e o
maremoto que Atlante causava ao ver-nos passar.
Meu amor,
minha caravela, meu corvo negro pousado na proa,
Fazes-me
sentir Paris sentindo Lisboa.
Meu veludo
que sopra o fumo azul ao cigarro, minha almofada,
Meu tudo e
meu nada.
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