Soava-me a
Deus pelas pedras da calçada
E pelos
mármores dos caminhos
Adonde se me
alongavam as pernas
Em
exclamações inúteis.
De nada me
serve passear o cão contente
Ou raspar os
sapatos no alcatrão das estradas;
O vento
estremece a cada gesto
A cada
silêncio de cada madrugada.
Chove, Lisboa
maldita.
Pinta o teu
castelo de ácidos esverdeados,
Enquanto a
meia dúzia de metros raia o Sol branca Selene.
Não existem
sombras na noite escura.
Como se do
alto a alva Deusa se olvidasse das presenças
Nas ausências
de encontros fugazes;
Nem sonoras
sirenes cortavam a magnética bruma
Que esmorece
os sabores agrestes da maresia
Nem solares
discos assomam
Esbranquiçando
o céu cinzento.
Ao longe o
mar corta a rocha à falésia
E obriga-a a
quebramares profusamente oblíquos
E o som
ribomba no ar fresco dos dias
A explicar
ao divino a sua inexistência.
Sem comentários:
Enviar um comentário