Tudo é
silêncio.
Os caminhos de canaviais parados em beiras de estrada,
Água que
escorre pelas folhas.
Os meus
silêncios, esses,
São como
todos os outros, e esmorecem.
Diferem
somente por conter em si todas as letras do mundo;
Todos os
sais, e horizontes,
Como se
fossem cinzento
À espera de
clarear.
Aos outros, dá-se-lhes
silêncios moribundos
Dos que
ficam colados à pele e demoram-se a partir.
Como se
apenas eu me capacitasse
E conjurasse
palavras
Donde todo o
mundo segue sombras.
A mim, que não
me sobra água,
Duram-me os
ditos entre dedos,
Na madrugada
sorrateira
Raiando céus
de sangue.
Tu que me
alumias
Segue
cruzando as marés
Em cinéticas
de magnetismo infinito.
Há silêncios
por entre os passos que ressoam
Por entre as
tábuas de madeira por entre os canaviais de beira de estrada
Por entre os
sais, horizontes e cinzentos.
Quam aurea
est sua aura, Selene.
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