Céus de Lisboa, nasce o deserto na expansão territorial que fica entre a popa e a proa e cada vez mais perto, e tão mais perto,
Chora o Homem, nascem as ondas; Quis que fosse assim e Fez-se, desfez-se na espuma dos molhes,
Ontem foi rio, hoje é leito seco; luz em sonhos de marfim, onde se perde o condão à vida.
Dizia-se dantes que lá longe principiava o caminho: das trevas ao sangue novo se desalinham os tremores, ao invés de se comporem
Faz-se sombra pela areia e depois pelas rochas fora, fora da montanha de traços nas peles alheias
E nessas é feito ebúrneo o que alvo fora segundos antes, nas peles de estranhos e ventres escondidos
Dentro do peito, vazios corpóreos mil anos, vapores de cinza ao redor de trapos.
Sede, e ide beber às fontes; sonhai que o Outono são mil dias antes da Primavera
Nenhures, antes das flores nada nasce.
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